quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Lágrimas Vãs

Agora já é tarde para exibir os prantos
E eu ainda preso por teus encantos,
Já não se tem mais coragem de se dizer,
É noite. É frio, só e pleno.
É o peito exposto ao sereno
Na ânsia pelo que já não se pode ter.

Já não há como se ter certeza
Do vazio que se deixa ao alheio,
Já não há qualquer vontade acesa
Sem uma lágrima fria no meio.

Perdeu-se o temor e o encanto,
Ficaram as dúvidas e o arrependimento,
Tornou-se maligno o que já foi santo,
Desprezou-se a força do intento.

A parte minha que era você se foi
E levou consigo a outra parte,
Sobraram só os versos espalhados,
Reflexos de raios dourados
Que cegaram minha alma
E destroçaram-me o ser.

Essa dor que força o choro
Que vem contra minha vontade
É inútil.
Pois ninguém
Ouvirá,
Se apiedará,
Entenderá,
Voltará.
Serão apenas lágrimas secando no chão.
Serei apenas eu sozinho, sofrendo em vão.

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