domingo, 27 de outubro de 2013

Paredes

O seu pulso bate, lento e constante,
Você vive, sonha, sente e se dissolve
No mundo, o seu tempo e o dos outros no mesmo instante,
Pelo êxtase simples você se envolve.

Deixe que tudo isso morra.

E faça do seu peito fortaleza,
Isole-se de si e então reconstrua-se,
Tire suas cartas da mesa,
Invente seu próprio jogo.

Convide o escárnio, a dor,
Torne a angústia parte de si próprio
E deixe que sua empatia se esgote,

Através do desprezo, elimine o rancor,
E a crueldade será seu ópio
Enquanto o riso, seu esporte,

Faça da máscara seu rosto
E encare o desprezo sorrindo
Pois todo ferimento que importa
É agora, com seu coração deposto,
Findo.

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