"Resignação é o desespero confirmado."
Assim disse Thoreau a tanto tempo,
E eu, resignado, há o que me parece uma vida,
Descobri uma nova forma de tormento.
Depois de petrificar-me o peito
E secar minhas lágrimas, doente,
Senti o doce veneno da esperança
Infiltrar-me as veias novamente.
E ao reverter-me a etapas
Que eu considerava vencidas,
O desespero aflora e suas farpas
Reabrem todas minhas feridas.
E sem o vício do choro
E o consolo do vício
Eu já não me resigno,
Desisto.
É só o atar do laço,
A maciez da textura,
A firmeza do nó,
A ciência de uma saída,
Que me enche de ternura
Ao oferecer-me a cura
De estar sempre só.
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