Sou algo que ainda não tenho,
Tornei-me a dor da esperança que rui
Perante a perda constante,
Contínua e angustiante
Das cicatrizes que ainda retenho,
Lembro sem querer do nada
Em que me encontro agora,
Receando um passo em falso
E aguardando uma nova aurora
Que irá me libertar,
Me deixará ser quem sou,
Me lançará ao abismo
E me dará asas
Para que eu possa planar acima
Do passado, meu e dos outros,
Roçar de leve os telhados
Feitos de desgosto
E ainda assim
Olhar o horizonte belo
Sem sofrer sua perda ou ânsia.
E viver da eternidade dos momentos
Nos quais o tempo já é passado,
Dos quais quero tornar-me alado
E ao lado destes voar
Até o fim dos meus tempos.
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